Economia pós-carnaval: como ficou o prejuízo e lucro de alguns setores
As festividades de carnaval foram canceladas pelo segundo ano consecutivo, por conta da pandemia de covid-19. Das 27 capitais brasileiras, 24 mais o Distrito Federal tiveram oficialmente a folia deste ano suspensa ou adiada, impondo proibições a blocos de rua e um limite máximo de lotação para eventos fechados.
São Paulo e Rio de Janeiro remarcaram os desfiles das escolas de samba para o feriado de Tiradentes. Essas medidas geraram impactos para a economia do Brasil, em especial para os setores de eventos, hotelaria e turismo.
Saiba um pouco mais sobre como ficou a economia pós-carnaval nos principais segmentos envolvidos.
Principais impactos financeiros
Antes da pandemia, a folia costumava movimentar, em média, R$ 9,5 bilhões em receitas. Apesar do volume de faturamento previsto para este ano, após a realização dos desfiles no Rio e São Paulo, ser 21,5% maior do que o registrado em 2021, quando as celebrações também foram suspensas e o setor de serviços não lucrou, ainda está 33,7% inferior ao observado no carnaval de 2020, realizado antes da crise sanitária.
De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o carnaval brasileiro ainda tem muito o que recuperar nos próximos anos para voltar ao nível de dois anos atrás.
Se não ocorrer nenhuma outra crise sanitária no futuro próximo, a estimativa é de que os cerca de R$ 7 bilhões em receita perdidos nos entre 2021 e 2022, possam ser recuperados em cerca de três anos.
Estados mais afetados na economia pós-carnaval
Os Estados mais afetados após dois anos sem festividades carnavalescas são os que recebem mais visitantes por conta da folia, como Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Pernambuco.
Na Bahia é onde ocorre um dos maiores Carnavais do país, só em 2021 deixou-se de arrecadar R$ 1,7 bilhão e mais de 60 mil pessoas ficaram sem opção de trabalho. O rombo aumentou com o segundo ano seguido sem a tão esperada comemoração.
Apesar da perda de dinheiro em circulação, a Prefeitura de Salvador afirma que o cancelamento do carnaval não gerou impactos significativos na receita do Imposto Sobre Serviço (ISS) em 2022. “A Prefeitura já contabiliza R$ 3.195.311,73 de receita do ISS para o segmento de eventos, turismo e hospedagem. No mesmo período em 2021, a receita foi de R$ 2.408.021,79”, disse em nota.
A gestão ressalta que o cancelamento da festa devido à pandemia gera impactos econômicos para o setor cultural, bem como para outros subsegmentos indiretamente afetados com a festa.
Já no Rio de Janeiro, o prejuízo na economia pós-carnaval equivale a 1,4% do PIB carioca, segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE). Em 2020, a festa movimentou R$ 4 bilhões na economia do Estado.
Em São Paulo, o último carnaval movimentou cerca de R$ 3 bilhões, ou 2% do PIB paulista.
Setores que tiveram mais prejuízos
As áreas de transportes, hospedagem e alimentação foram as mais afetadas com o cancelamento do carnaval de rua no Brasil. As companhias aéreas e o transporte rodoviário sentiram forte impacto com a não realização da folia, especialmente no nordeste e sudeste.
De acordo com a CNC, o carnaval é responsável, tradicionalmente, por 30% de todo o faturamento do turismo em fevereiro. Nos últimos dois anos, o prejuízo acaba sendo ainda maior porque o setor já vinha perdendo receita desde o início de 2020.
Como fazer a gestão de crise na economia pós-carnaval
Com a imprevisibilidade gerada pela pandemia, projetar cenários futuros e garantir a resiliência dos processos de negócio tornou-se um exercício de muita incerteza, demandando perspectivas diferenciadas em busca de um caminho comum, embora os impactos sejam diferentes para os diversos setores.
O Brasil enfrentará desafios para a retomada do crescimento da economia pós-carnaval na pandemia. Investir em serviços personalizados e com maior qualidade, além de enxugar o orçamento, vem sendo o grande desafio econômico para esses segmentos.
Com grande parte da população vacinada e o relaxamento das medidas de isolamento social, segmentos que estavam estagnados por conta do decreto governamental puderam retornar às atividades. Sendo assim, podemos vislumbrar uma economia mais promissora para o turismo, hotelaria, eventos e prestação de serviços para os próximos anos.
Selo Turismo Responsável
Uma medida de segurança contra o vírus, para que os turistas se sintam mais seguros para viajar e frequentar estabelecimentos de lazer foi a criação do Selo Turismo Responsável, Limpo e Seguro.
A iniciativa estabelece protocolos de biossegurança a 15 atividades do setor como meios de hospedagem, transportadora e restaurantes. Em 2021, foram concedidos 30.511 selos. O estado de São Paulo teve a maior adesão com 5.839 selos.
Sua empresa foi impactada pelo cancelamento do carnaval e pelas medidas de distanciamento e outras restrições, ainda adotadas nesse período? Para retomar os lucros na economia pós-carnaval e voltar a prosperar, é necessário muito planejamento.
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